Preso homem acusado de matar adolescente com quem mantinha um relacionamento amoroso
Após perseguição e bloqueio no agreste pernambucano foi preso nesta terça-feira (16) um homem acusado de feminicídio na cidade de Monteiro-PB.
Em uma ação conjunta da Polícia Civil da Paraíba e das Policias Civil e Militar de Pernambuco e da Polícia Rodoviária Federal, foi preso Gilson Cruz de Oliveira, de 56 anos.
Segundo informações o acusado tinha fugido para Caruaru e depois para o Vitorino em Riacho das Almas e acabou capturado em brejo da madre de Deus.
Ele e o único suspeito de matar a adolescente de 15 anos, Maria Vitória dos Santos.
O acusado já tinha sido condenado por lesão corporal dolosa em decorrência de violência doméstica contra a própria filha. O homem estava foragido desde o domingo (14), quando teria feito os disparos que matou a menina com quem se relacionava.
No domingo, Maria Vitória e Gilson estariam bebendo
num bar da cidade quando uma discussão foi iniciada. Nesse momento o homem
teria atirado na adolescente, de acordo com testemunhas.
O caso do último domingo não é o único que envolve
Gilson e violência contra mulheres e menores.
Segundo consulta no site do Tribunal de Justiça da
Paraíba, a agressão contra a própria filha, também adolescente na época,
aconteceu em junho de 2019, em Monteiro. Enquanto a menor dormia no quarto do
pai, Gilson Cruz chegou em aparente estado de embriaguez e passou a discutir
com a menina.
Durante a discussão, inicialmente verbal, o
denunciado chutou o cachorro da filha. Indignada com a atitude do pai, a jovem
passou a “reclamar” com o acusado, quando ele começou a agredi-la com chutes,
empurrões, puxões de cabelo e mordidas. Mais tarde, quando a vítima chegou à
instituição de ensino onde de estudava, as marcas da agressão foram vistas pela
direção do educandário, que acionou o Conselho Tutelar.
Após os fatos serem comunicados na Delegacia
Especializada a Mulher de Monteiro. Gilson foi ouvido e assumiu as agressões,
dizendo que “perdeu a paciência”.
A denúncia foi instruída com o Inquérito Policial e
recebida pelo sistema judiciário em fevereiro de 2020. Duas testemunhas também
foram ouvidas em juízo e confirmaram os seus depoimentos prestados na sede
policial.
Em abril de 2024 foi proferida a pena definitiva de
seis meses de detenção. Segundo a juíza do caso, Anna Carla Falcão da Cunha
Lima Alvez, o réu deveria iniciar o cumprimento da pena privativa de liberdade
no regime aberto. A pena foi substituída pelo prazo de dois anos prestando
serviços à comunidade.
Filha tinha medida protetiva contra Gilson Cruz
Quando procurou a delegacia em 2019, após as
agressões, um pedido de medida protetiva foi expedido contra Gilson Cruz pela
prática crime de lesão corporal em decorrência de violência doméstica. A medida
durou dois anos.
Em 2021, a adolescente declarou que não possuía
interesse na manutenção das medidas protetivas deferidas, afirmando que
reconciliou-se com seu pai.
Maria Vitória trabalhava para seu assassino
Conforme informações da delegacia de Monteiro,
Maria Vitória conheceu Gilson quando começou a trabalhar na padaria dele há
quase dois anos.
Logo depois, passaram a se relacionar e há 4 meses,
moravam juntos. A família aprovava o relacionamento da menor com o homem.
A reportagem indagou sobre a possibilidade de crime
sexual, dado a diferença grande de idade e o tempo do relacionamento. Apesar
disso, a delegacia afirmou que o namoro se iniciou após a idade de
consentimento brasileira, que é 14 anos.
Feminicídio
aconteceu em bar
O caso aconteceu no Loteamento Apolônio,
no bairro de Bernardino Lemos, em Monteiro. De acordo com testemunhas, Maria
Vitória (Foto acima) e Gilson estariam bebendo num bar da cidade quando uma
discussão foi iniciada. Foi nesse momento que o homem teria feito os disparos
que matou a menina.
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