Clássicos do brega, arrocha e forró embalam público na primeira noite do palco Pernambuco Meu País em Salgueiro

A primeira noite do palco Pernambuco Meu País na cidade de Salgueiro, também conhecida como a “Encruzilhada do Nordeste”, foi embalada por muito brega raiz, brega romântico, arrocha e forró das antigas nesta sexta-feira (25/07). O festival homônimo, que é uma iniciativa do Governo de Pernambuco através da Secretaria de Cultura do Estado (Secult-PE) e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), está seguindo itinerância por sete municípios-sede, do Sertão ao Agreste, e em Salgueiro tem programação multicultural, descentralizada e aberta ao público até o domingo (27). 

Com um estilo autêntico de ser, figurino peculiar desenhado à própria mão e performance com requintes inspirados em Michael Jackson, o “Príncipe do Brega”, Kelvis Duran, natural do Rio Grande do Norte e pernambucano de coração, abriu os caminhos do palco Pernambuco Meu País lançando o mais refinado repertório do brega para um público que, nem um pouco comedido, logo se entregou de corpo e alma aos hits entoados. Clássicos como "Ela é americana", "Que tontos", "Perdoa-me", "Obsessão" e "Não devo nada a ninguém" fizeram o público se esbaldar dançando agarradinho logo no começo do show. Em seguida, um pot-pourri esquentou ainda mais o público que foi lotando a Praça da Bomba, com faixas como “Em plena lua de mel”, “Fogo e paixão”, “A raposa e as uvas” e “Voando pro Pará”. Entregando de tudo um pouco, Kelvis Duran lançou a lambada nostálgica “Chorando se foi” e ainda fez um passeio pelo universo do pagode, com “Cheia de Manias”, colocando todo mundo pra sambar. 

“Kelvis Duran fez toda diferença hoje em Salgueiro, ele é maravilhoso e fala muito sobre a gente, sobre o que somos, com suas músicas e com o seu carisma. O festival Pernambuco Meu País acontecer aqui na cidade está sendo tudo pra mim! Kelvis, meu amor, você está de parabéns e mora no meu coração”, expressou emocionada Rosecleide Feitosa, profissional da área de segurança que, com 51 anos, é uma das fãs fervorosas do cantor, prestigiando toda a apresentação na beirinha do palco.  “Eu sempre me identifiquei muito com o brega do Recife, que é com certeza a capital do brega. Essa região nunca saiu de mim. É da minha memória, é na minha história, faz parte de mim. Então, em Salgueiro, em um evento grandioso como este, com uma estrutura incrível, acontece que a galera fica incendiada. Está todo mundo com muita energia positiva. É muito gratificante estar aqui, eu estou muito feliz!”, comentou o cantor Kelvis Duran. 

Adílson Ramos, o cantor que iniciou carreira antes da Jovem Guarda, hoje com 80 anos, subiu ao palco embalando os casais mais emocionados do festival, com clássicos do que há de mais romântico na música brasileira, como “Quando te vi”, “Tão somente uma vez”, “Sheila”, “Perdoa se eu te fiz chorar”, “Olga”, “Tortura de amor”, “Evidências”, “Gatinha manhosa”, “Sorria, sorria” e até “Como é grande o meu amor por você” do Rei Roberto Carlos. O filho do cantor, Cristian Ramos, subiu ao palco ao final do show acompanhando o pai nas canções de sucesso. “O amor é lindo, não é?”, soltou Adilson Ramos instaurando um clima de amor no ar. 

O auge da noite foi quando a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, subiu ao palco para comemorar o sucesso do Festival Pernambuco Meu País junto ao público, aproveitando para anunciar uma das atrações mais aguardadas por Salgueiro, o fenômeno do arrocha, Pablo. Com seu jeitinho único, óculos escuros, trajes justos e uma taça de vinho tinto na mão, o cantor teve a entrada mais triunfal da noite, levando verdadeiros fã-clubes à loucura. Difícil era achar uma pessoa que não soubesse cantar as letras das músicas de trás para frente. “Será que tem alguém apaixonado aqui hoje? A partir de agora a gente vai maltratar os corações apaixonados”, anunciou Pablo. E assim foi. Do começo ao fim, o público se uniu em uma só voz e emoção, acompanhados por hits como “E aí, Bê”, “Desapeguei”, Contato”, Porque homem não chora” e outros sucessos do arrocha. 

Encerrando a primeira noite do palco Pernambuco Meu País, Juarez, o cantor carioca que já fez parte das bandas Magníficos, Mastruz com Leite e Amigos Sertanejos, subiu ao palco com clássicos do forró das antigas e do sertanejo. 

Nos intervalos dos shows, o DJ Pedro Humberto animou o público na Rural de Roger de Renor. A abertura do palco contou, ainda, com a apresentação do espetáculo de dança inédito Pernambuco Meu País, com coreografia assinada por Maria de Paula Costa Rêgo e direção musical de Maciel Salu. 

“A segunda edição do Pernambuco Meu País marca a consolidação de uma das mais importantes iniciativas de democratização e descentralização de políticas públicas em cultura que surgiram nos últimos tempos. Será o começo de mais uma linda jornada que mostrará, mais uma vez, a força da classe artística do estado e a nossa vocação para a diversidade cultural, agora repleta de novidades”, afirmou a secretária de Cultura, Cacau de Paula. 

"O festival tem se consolidado como uma política pública que promove a democratização do acesso à cultura no Estado, a partir da difusão das manifestações artísticas e nas diversas linguagens culturais. Com uma curadoria plural, construída com raízes sólidas, confirma o compromisso da Governadora Raquel Lyra com descentralização das ações do governo, valorização dos artistas pernambucanos e fortalecimento da economia criativa”, destacou a presidente da Fundarpe, Renata Borba.

“É impressionante como a gente consegue levar tão longe um festival com essa magnitude. Então, eu acho que é uma oportunidade muito grande para a população pode participar disso, trazendo essa diversidade de cantores, de linguagens, porque não são só shows, estão acontecendo oficinas, estão acontecendo mostras. Isso é o mais interessante!”, ressaltou a secretária Executiva de Gestão da Secult-PE, Ana Paula Jardim.

Fotos: Juana Carvalho