PF deflagra Operação "Só Oficial" para reprimir fraudes com falsos sites de inscrição do Enem 2024

Na última quinta-feira (10), a Polícia Federal deflagrou a Operação "Só Oficial" com o objetivo de investigar fraudes na internet envolvendo publicidade enganosa em redes sociais e o uso indevido de símbolos oficiais do Ministério da Educação, INEP e Governo Federal. O golpe consistia em enganar candidatos para que realizassem pagamentos indevidos de taxas de inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024.

Durante a ação, os policiais federais cumpriram dois mandados de busca e apreensão domiciliar no município de Praia Grande, litoral de São Paulo. A Justiça também determinou o bloqueio de bens dos envolvidos, em valor equivalente ao montante obtido com as fraudes, cerca de R$ 3 milhões.

Segundo as investigações, durante o período oficial de inscrições do Enem, de 27 de maio a 14 de junho de 2024, os investigados criaram sites falsos que imitavam o ambiente oficial do INEP. Nessas páginas, os usuários eram levados a acreditar que estavam se inscrevendo regularmente no exame, realizando pagamentos via Pix. No entanto, os valores pagos eram direcionados a uma conta bancária de uma empresa privada não autorizada, o que resultou em prejuízo financeiro e na eliminação automática dos candidatos que não realizaram a inscrição corretamente.

A conta usada para receber os valores estava registrada em nome de uma fintech, com diversas reclamações na internet por práticas semelhantes de cobrança indevida sem entrega de serviços. Um dos principais investigados possui, segundo a PF, pelo menos 15 anotações criminais por estelionato.

Além das perdas financeiras, os candidatos vítimas do golpe perderam o prazo oficial de inscrição e terão que aguardar o próximo ciclo do exame, o que compromete seus planos educacionais.

A Polícia Federal segue com as investigações para identificar todos os envolvidos, apurar a extensão dos danos e responsabilizar os criminosos, que poderão responder pelos crimes de fraude eletrônica e estelionato virtual, cujas penas variam de quatro a oito anos de reclusão. O nome da operação Só Oficial, foi escolhido como um alerta à população: inscrições e pagamentos do Enem devem ser feitos exclusivamente pelo site oficial do Governo Federal.