PF e CGU deflagram "Operação Lácteos" visando desarticular organização criminosa

A Polícia Federal em Pernambuco em conjunto com a Controladoria Geral da União deflagrou nesta quarta-feira (30), a Operação Lácteos com o objetivo de desarticular uma organização criminosa relacionada a um grande laticínio de Pernambuco, a qual, seus empresários impossibilitados de terem suas empresas contratadas por não atenderem os requisitos legais, obtiveram por meio de uma cooperativa de fachada, contratação milionária com a Secretaria de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, no âmbito do Programa Alimenta Brasil, na celebração de convênios para execução do Programa Leite de Todos, que tem por finalidade incentivar a produção pecuária familiar local e reduzir os riscos de insegurança alimentar e nutricional. 

Além disso, a suposta organização criminosa teria desviado parte dos recursos destinados à cooperativa e incorporado esses valores desviados ao patrimônio dos seus integrantes após atos de lavagem de dinheiro.

A investigação teve início a partir do recebimento de Relatório de Fiscalização do Tribunal de Contas de Pernambuco, trazendo indícios de desvio de verbas públicas e apontando somente no ano de 2020 um prejuízo aproximado de R$ 8,5 milhões de reais.  Os convênios em que teriam ocorrido essas fraudes totalizam recursos da ordem de R$ 192 milhões, dos quais cerca de R$ 153 milhões são de origem do governo federal.

A operação de hoje tem como finalidade o cumprimento de 36 (trinta e seis) Mandados de Busca e Apreensão, nas cidades de Águas Belas/PE (2), Gravatá/PE (4), Garanhuns/PE (1), Itaíba (5), Passira (1), Pesqueira (1), Recife (17), Olinda (2), Belo Jardim (02) e Frei Miguelinho (1). E conta com a participação de 123 policiais federais e 9 auditores da CGU.

Na operação foram apreendidos durante as buscas, inúmeros documentos referentes a contratos das empresas envolvidas, mais de R$ 1.010.800,00 (um milhão, dez mil e oitocentos reais), 340 mil dólares (cerca de 1 milhão e setecentos mil reais) e 5 mil euros, além de carros de luxo, aparelhos telefônicos e na empresa beneficiadoras do leite, sediada no Agreste, além disso, os funcionários teriam tentado descartar o leite quando da chegada dos policiais ao local, porém os peritos conseguiram coletar as amostras em virtude de haver indícios de adulteração do leite fornecido no Programa Leite de Todos e merenda escolar.

Os crimes investigados são de estelionato, peculato, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra saúde pública, cujas penas somadas ultrapassam 30 (trinta) anos de reclusão. (Fotos: Polícia Federal/Divulgação)